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Fibromialgia

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Fibromialgia

A fibromialgia é uma síndrome clínica que se manifesta com dor no corpo todo.Junto com a dor, a fibromialgia cursa com sintomas de fadiga (cansaço), sono não reparador (a pessoa que acorda cansada) e outros sintomas como alterações de memória , ansiedade, depressão e alterações intestinais.

A fibromialgia é um problema bastante comum, visto em pelo menos em 5% dos pacientes que vão a um consultório de Clínica Médica e em 15 a 20% dos pacientes que vão a um consultório de Reumatologia.

De cada 10 pacientes com fibromialgia, sete a nove são mulheres. A idade de aparecimento da fibromialgia é geralmente entre os 30 e 60 anos. Porém, existem casos em pessoas mais velhas e também em crianças e adolescentes.

DIAGNÓSTICO: O diagnóstico da fibromialgia é clínico, isto é, não se necessitam de exames para comprovar que ela está presente. Se o médico fizer uma boa entrevista clínica, pode fazer o diagnóstico de fibromialgia na primeira consulta e descartar outros problemas.

Os critérios de diagnóstico da fibromialgia mais utilizados são:
a) dor por mais de três meses em todo o corpo
b) presença de pontos dolorosos na musculatura (11 pontos, de 18 que estão pré-estabelecidos).

Deve-se salientar que muitas vezes, mesmo que os pacientes não apresentem todos os pontos, o diagnóstico de FM é feito e o tratamento iniciado. Na última atualizações dos critérios diagnósticos houve a valorização da fadiga, das alterações do sono e humor.

Provavelmente o médico pedirá alguns exames de sangue, não para comprovar a fibromialgia, mas para afastar outros problemas que possam simular esta síndrome.

O DIAGNÓSTICO DE FIBROMIALGIA É CLÍNICO, NÃO HAVENDO EXAMES QUE O COMPROVEM. Não é incomum pacientes com Lupus, Sjögren, espondilite, hipo ou hipertireoidismo e artrite reumatoide apresentarem fibromialgia. A alteração do sono na fibromialgia é frequente, afetando quase 95% dos pacientes. A má qualidade do sono aumenta a fadiga, a contração muscular e a dor.

Os pacientes apresentam baixa tolerância ao exercício, o que é um grande problema, já que a atividade física é parte do tratamento.

A depressão está presente em 50% dos pacientes com fibromialgia. Isto quer dizer duas coisas: 1) a depressão é comum nestes pacientes e 2) nem todo paciente com fibromialgia tem depressão. A depressão, por si só, piora o sono, aumenta a fadiga, diminui a disposição para o exercício.

O que causa a Fibromialgia?
Não existe ainda uma causa única conhecida para a fibromialgia.Os estudos mais recentes mostram que os pacientes com fibromialgia apresentam uma sensibilidade maior à dor do que pessoas sem fibromialgia. Na verdade, seria como se o cérebro das pessoas com fibromialgia estivesse com um “termostato” ou um “botão de volume” desregulado, que ativasse todo o sistema nervoso para fazer a pessoa sentir mais dor. Desta maneira, nervos, medula e cérebro fazem que qualquer estímulo doloroso seja aumentado de intensidade.

A fibromialgia pode aparecer depois de eventos graves na vida de uma pessoa, como um trauma físico, psicológico ou mesmo uma infecção grave. O mais comum é que o quadro comece com uma dor localizada crônica, que progride para envolver todo o corpo.

TRATAMENTO: o tratamento da fibromialgia deve ser individualizado para cada pacientes , baseia-se no tratamento medicamentoso e não medicamentoso. As medicações mais utilizadas são relaxantes musculares com ação analgésicas como a ciclobenzaprina , anti-depressivos que atuam na na dor como Amitriptilina, Nortriptilina, Duloxetina e drogas que diminuiu impulsos nervosos dolorosos como os anticonvulsivantes Pregabalina e gabapentina. Os anti-depressivos e anticonvulsivante são seguros quando prescrito por médico habituado com tratamento da fibromialgia. Deve ser explicado aos pacientes os efeitos colaterais. Podem ser utilizados por meses ou anos com segurança pelo médico habilidoso com as substâncias . Opióides fracos como o tramadol e podem ser utilizados. Opióides fortes como a morfina e oxicodona não devem ser utilizados devido o risco de dependência. Os corticoides como Dexametasona, prednisona e Betametasona injetável não devem serem utilizados devido ganho de peso e induzirem o desenvolvimento de diabetes . Evita-se uso de anti-inflamatórios como diclofenaco, nimesulida e etc pois sobrecarregam os rins e o fígado se utilizados por longos períodos . O Tratamento não medicamentoso é o pilar para a melhora sustentada do paciente, e pode incluir fisioterapia , hidrocinesioterapia , acupuntura, massagens, acompanhamento psicológico. O exercício físico com orientação é fundamental para a melhora do paciente a longo prazo.

Dr. Marco Túlio Franco CRM 994 RQEs 204/689 é médico especialista em Reumatologia e possui certificado de área de atuação em Dor. É médico do Instituto de Ortopedia do Amapá e Hospital de Clínicas Dr. Alberto Lima. Atualmente é Conselheiro suplente do Conselho Federal de Medicina.

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